Rediscovering Love - Capitulo 5

Capitulo 5 – 1º Ano

Capitulo 5 – 1º Ano

POV LUA

Após o nascimento de Rafael tive uma certeza maior ainda de quanto nós éramos amados. Era uma briga todo dia pra saber quem dormiria aqui em casa. Isso me deixava bem, afinal não era nada fácil conviver com a solidão. Após o nascimento dele, meu contato com Arthur ficou ainda mais difícil, soube por alto através de uma conversa de Chay e Mica aqui em casa que ele havia sido promovido no trabalho, e com isso sobrava ainda menos tempo. A mãe dele começava a dar os sinais de melhora que a gente tanto esperava que acontecesse, mas era tudo muito lento ainda.

O que ninguém esperava era que eu fosse começar a trabalhar. Chega ser engraçado isso. A mãe da Mel tem uma loja de roupas, e nem sempre podia ficar lá junto com os outros funcionários e precisava de alguém confiável. Logo pensaram em mim. Primeiro por ser considerada praticamente da família, e depois por precisar de uma ajudinha financeira. Quanto ao Rafael foi fácil. Tratava-se apenas de um período, e Bela logo se manifestou em cuidar dele pra mim, não poderia ser alguém mais confiável. E assim comecei minha nova rotina. Partia o meu coração sair de casa e deixar meu pequeno, mas era necessário.

Estava tudo indo muito bem, me adaptei facilmente aquela nova rotina, segundo Chay e Mica eu como dona de casa era uma excelente vendedora, mas poxa, eu me esforçava. Certo que afazeres domésticos não era minha praia, e quando a diarista ou Bela me deixava na mão eu apelava pra casa de um deles. Não basta ser tio, tem que participar. E eles faziam isso com o maior gosto. Numa dessas visitas na casa de Chay me deparei com um álbum estranho no quarto dele e resolvi mexer, afinal, quem hoje em dia ainda tem álbuns de fotografia? Eu acho bem legal, mas com tudo digital e moderno, minhas fotos quase nem saem do computador.

Foi ai a surpresa. Era uma coleção de fotos minha desde o inicio da gravidez, de quando eles descobriram na verdade. Fotos na casa de Mel, no apartamento, na casa dele. E eis que ele surge no quarto.

- Mexendo no que não é seu dona Lua?

- Ei! Mas deveria ser meu, sou eu ai em tudo! – eu questionei parecendo uma criança mimada. Definitivamente eu não cresci.

- Sim é você, mas não é seu. O proposito disso aqui é outro. – ele falou e juntou esse, a outros dois álbuns numa estante.

- É tudo com foto minha? – eu olhei achando estranho aquilo – Pra que isso?

- Não é tudo foto sua, tem do Rafa também. – ele falou com naturalidade, mas eu estava ainda sem entender – Acho que o Arthur um dia vai gostar de ver isso, quem sabe assim ele não fica com tanta raiva de mim?!

Aquilo me desmontou. Como é que eu pude envolver todos num problema que era só meu? Se eu tivesse sumido evitaria esse tipo de coisa. Todos se sentiam mal por uma mentira que eu causei.

- Desculpa. Eu não tinha o direito de fazer vocês passarem por isso.

- Relaxa vai Lua, eu só achei interessante guardar isso pra ele. São momentos que a gente viveu e que ele não pode participar, mas ele um dia vai entender. – Chay falou e me abraçou. Meus amigos eram os melhores do mundo.

Rafael só fazia crescer e ficar mais esperto. Cada dia mais lindo e pra minha felicidade, parecido com o pai. O menino era uma copia de Arthur. Acho que meu mesmo só os olhos mais claros um pouco, mesmo assim eu acho que ainda escureceria e viraria um clone.

Graças à disposição de Mica, ele adorava a pracinha aqui perto de casa, era o lugar que Mica sempre o levava no sábado. E de acordo ele ia crescendo Chay tentava ensinar a ele falar papai olhando uma foto do Arthur aqui em casa. Perdi a conta de quantas vezes o flagrei fazendo isso, e me partia o coração. Acho que já completava uns nove meses que Arthur não me ligava mais. Não sei se os meninos falaram alguma coisa, ou se ele percebeu mesmo. Nosso contato era apenas por e-mail agora. Isso porque quando ele mandava algo e eu demorava semanas pra responder. Eu preferia ficar muda a ter que mentir.

E assim Rafael completou o primeiro aninho, cercado de amor, carinho, e mimos dos tios.

Por Nana F.