Rediscovering Love - Capitulo 6

Capitulo 6 – Tentando uma nova história

Capitulo 6 – Tentando uma nova história

POV ARTHUR

Minha vida virou uma palhaçada. Alguma coisa acontecia no Brasil e ninguém me contava. Perdi a paciência de ficar bajulando todo mundo atrás de noticias, nos primeiros meses todo mundo me ligava, me mandava fotos, e-mail, e do nada todo mundo sumiu. Às vezes eu tinha que ligar pra todos até conseguir um que me atendesse pra falar que estava todo mundo vivo. Lua essa então era a mais estranha de todas. Quando nós conversávamos era sempre com muito amor, muito choro, muitas saudades. Só que essas ligações eram sempre minhas, e praticamente vencidas pelo cansaço. Ela não me procurava mais.

Tentei descobrir algo com os garotos, mas ninguém me contava nada. Cheguei a minha própria conclusão. Ela gostava de mim, mas deveria está com outro. Era a única explicação, ela tentando me esquecer, não me ligava mais, arrumou outro e os caras evitam falar pra mim. O pior é que eu não posso fazer nada. A vida seguia sem previsão de retorno. A única coisa a fazer é deixa-la ser feliz.

Uma madrugada eu tive um pesadelo horrível com Lua. Bom, nem foi tão horrível, mas me assustou. Ela andava toda de branco num lugar claro, com um monte de criancinhas parecendo anjos em volta. Acordei maluco e conseguir falar com Mel. Elas me garantiam que estava tudo bem, e eu tive que aceitar. Mas comecei a evitar mesmo. Não liguei mais, poucos e-mails apenas pra mostrar que eu ainda lembrava, os quais demoravam uma eternidade para serem respondidos. Talvez se fosse carta andaria mais rápido.

Fui promovido no meu emprego, minha mãe começava a reagir bem ao tratamento, eu comecei a sair, tentar uma vida social novamente, o que não foi fácil, afinal nunca fui bom nisso. Mas a única coisa que eu consegui foram algumas ressacas e garotas que nunca me agradaram. Ninguém substituiria Lua. Minha vontade era mesmo de ir embora.

Meu emprego era ótimo. Agora eu trabalhava pouco, e ganhava relativamente bem. Como minhas despesas eram praticamente zero – já que eu obrigava meu pai a bancar tudo ainda, era o mínimo que ele poderia fazer – eu conseguir guardar uma boa grana. Então era só mesmo o caso da minha mãe ficar totalmente bem e eu retornar para o Brasil. Aqui é lindo, mas não pra mim.

POV LUA

Difícil mesmo foi ouvir a conversa dos meninos que eles falavam sobre o Arthur numa farra. Eu definitivamente não conseguia vê-lo assim. Pra mim ele era meu Arthur, meu menino calmo, tímido, lindo. Mas que merecia viver. Os meninos não me viram na sala, e da cozinha eu pude escutar uma boa parte da conversa. Aquilo me machucou, mas eu não tinha o direito de me ofender, quem se afastou fui eu, quem deixou sozinho fui eu.

Os dias se passaram e as meninas tentavam me animar, queriam que eu reagisse, e numa tarde de visita delas na loja, Soph conseguiu me achar um pretendente. Era o Victor, um dos funcionários gatinhos que tinha ali. Sim ele era gatinho, gente boa, mas não era o meu Thur, então não me interessava. Mas depois que as meninas começaram a falar eu percebi que ele realmente me encarava muito. E já que a vida seguia do lado de lá por que não permitir que ela siga aqui também?

Tá ai uma pessoa legal. Ele era muito companheiro, amigo. Era meio estranho relacionar com outro cara, com meu filho me esperando em casa. Acho que na verdade amadureci demais com a gravidez e todos me parecem imaturos ou novos pra mim, mas me dei essa chance. O convívio estava sendo legal, apesar de que eu sabia que não duraria muito. Primeiro que ele se mostrava impaciente com Rafael em diversas vezes. Ele queria que eu tivesse disponível sempre e isso não rola mais pra mim. Tenho minhas responsabilidades de mãe e não abro mão de um bom passeio com meu filho por uma tarde no cinema com ele apenas. Sem contar que ele tinha uma grande cisma em relação a minha casa, ou melhor, ao apartamento do Arthur.

Não, eu nunca o permiti se quer entrar lá em momento algum. Pra mim seria uma falta de respeito. Eu me apossei do apartamento dele, e ainda levar outro pra lá? Inviável.

Sem contar meus amigos, tão ciumentos como cães de guarda. Mica ficou dias sem se quer falar comigo. Carregava Soph todos os finais de semana pra pracinha pra poder pegar o Rafael. Eu achava engraçado, e até entendia, e acho que foi por isso que ele foi quebrando o clima e aos poucos aceitando. Chay esse nunca suportou Victor. Ele sempre teve ciúmes dos funcionários da loja, afinal era da mãe de Mel, e segundo ele eram todos assanhados demais. Quando a gente saia junto mesmo ele praticamente não deixava Victor nem encostar em Rafael. Seria trágico se não fosse cômico.

Bom, com todos os problemas eu estava até feliz, não o quanto eu esperava, mas estava bem. A única coisa que me deixava chateada mesmo com esse relacionamento era a relação de Victor com meu filho. Não me agradava de jeito nenhum, mas a preferencia era sempre de Rafael, e ele teria que se acostumar com isso se quisesse alguma coisa.

Por Nana F