Rediscovering Love - Capitulo 36

Capitulo 36 – Feriado

POV LUA

Fui surpreendida naquela tarde de quinta feira com Arthur falando que me buscaria, juro que não entendi muito, mas acreditei que era só devido à saudade. Foi visível a irritação dele quando entrou na loja e deu de cara com Victor, era engraçado ver a reação dele tentando provocar Victor. Parecia um adolescente bobo. Logo quando saímos da loja ele resolve sentar na praça de alimentação pra tomar um suco. No inicio recusei, afinal tinha que ir pra casa cuidar do meu filhote, mas ele não aceitou e insistiu, alegando que já tinha avisado a Bela. Essa amizade desses dois eu não sei não, estava perdendo minha babá.

Quando sentamos ele veio com uma conversa meio enrolada, um jeito nervoso... Estranho, ele estava estranho. Não vou negar que fiquei com medo que ele quisesse terminar. Sim, eu sou insegura! Ainda não esqueci aquele telefonema.

- Lu, eu estou sentindo muita falta de vocês. Sei lá, você nunca tem tempo pra mim.

- Sem drama Arthur! Eu te vejo todas as manhãs, à tarde eu trabalho, não posso mudar isso.

- Nada disso, de manhã eu vejo o meu filho, não posso nem encostar em você direito. – ele fazia um bico lindo – E a noite você acaba sempre cansada de tanto trabalhar.

- Ei! Eu nasci em berço de ouro, mas agora tenho um filho pra criar, tenho que trabalhar. – reclamei sem entender o porquê daquela conversa, não tinha nem uma semana juntos e já viria discussão?

- Eu sei, mas agora você não está mais sozinha, eu tenho condição suficiente pra manter meu filho, e acho que você deveria pensar mais um pouco em você. – ele falava segurando minha mão.

- Fala logo aonde você quer chegar Thur, esse papo todo tem alguma intensão maior. – eu já estava ansiosa – Eu te conheço o suficiente pra saber quando você quer me enrolar.

- Nem vem que eu nunca te enrolei mocinha. – ele tentava descontrair – Mas sim, o que eu quero, e não aceito não como resposta é que você vá pra casa agora, arrume a sua mala e amanhã cedo, mas é realmente cedo, a gente viaja.

- ARTHUR! O que de EU TENHO QUE TRABALHAR você ainda não entendeu? – eu acabei falando alto me controlando depois.

- Não grita escandalosa! – ele falou dando risada – Você vai viajar comigo amanhã, passaremos o final de semana a segunda e na terça que é feriado nós retornaremos sãos e salvos.

- Final de semana passado foi minha folga, esse final de semana eu trabalho. – já estava me irritando o fato dele não entender – Eu não posso decidir que vou sair de um dia pra outro.

- Não se preocupa com isso, a mãe da Melzinha já está ciente disso, você vai comigo sim. – eu o olhava incrédula e ele continuava – Lu, quanto tempo tem que você não sabe o que é tirar uma folga? Férias nada, feriado e final de semana então. Já está tudo certo, você está de folga e só precisa voltar na quarta feira se quiser, caso contrario a gente pode estender até o próximo final de semana sem problemas.

- Eu não acredito que você foi pedir folga por mim? Arthur isso não se faz, você está invadindo minha privacidade. Eu trabalho todos os dias porque o que ganho como hora extra é bem melhor, sem contar que tia Carmem foi uma mãe pra mim quando eu mais precisei, se eu tivesse que trabalhar de graça nesses dias eu...

- Calma! Respira. – ele me interrompeu fazendo graça, mas prosseguiu falando sério – Eu sei disso tudo, mas não fui eu que me meti ou invadir sua privacidade. Existem mais pessoas que se preocupam com você. Eu apenas concordei e acho que você precisa de uma folga pra descansar, pensar na sua vida, e namorar o pai do seu filho que está carente.

- Seu bobo! – ele fazia uma cara de gatinho do Sherek – Tem dedo da Mel nisso né?

- Da Mel, da Sophia, dona Carmem, meu e de Bela.

- Bela? Até ela está me traindo?

- Você acha que a gente iria viajar esse tempo todo pra descansar, e o Rafa ficaria aonde? – Arthur me perguntou como se fosse obvia a resposta, mas eu estava lenta.

- Eu não viajo sem meu filho! – falei e cruzei meus braços na frente do corpo.

- Onde eu fui me amarrar?! – ele fala rindo e passando as mãos pelo cabelo quase me fazendo rir também – O minha pequena, é claro que nós não vamos a lugar algum sem nosso pequeno. Mas se a intensão é relaxar um pouco a gente precisa de alguém de confiança pra nos ajudar com aquela pequena criatura hiperativa né?

- Então você vai roubar a funcionaria dos meus pais também? Porque até onde eu sei, eu nunca paguei nada a Bela pra cuidar do Rafa, ela trabalha para os meus pais e me ajuda. – eu tentava entender aquela loucura toda, como eles tramaram tudo isso e eu não vi?

- Ai que tá! Eu fui conversar com Bela pra saber se ela tinha alguém de confiança pra indicar pra gente, pra poder pelo menos nos ajudar com o Rafa, visto que não era de fato obrigação dela. – ele contava a história tomando o seu suco – Foi ai que ela me disse que já há algum tempo ela é paga pra cuidar apenas do nosso pequeno...

- Como assim?

- Deixa eu terminar? – ele apertou meu nariz, como se falasse com uma criança apenas assentir – Sua mãe não queria que ela falasse nada para você não poder recusar a ajuda. E ela me pediu que não te contasse por nada. Como não quero segredos entre a gente, eu espero que pelo menos você não brigue com ela.

- Eu não acredito nisso. Todo mundo me faz de boba, impressionante.

- Minha boba linda! – ele falou e me deu um beijinho calmo, acho que era hora de aproveitar essa ideia e relaxar um pouco, visto que negar era mesmo que brigar com ele.

Ao separarmos o beijo, conversamos mais um pouco e seguimos pra casa. Ele me ajudou arrumando as coisas do Rafa, mas nem demorou muito e mandei-o ir pra casa arrumar as coisas dele.

Liguei pra Mel e Soph, dei uma de vitima e avisei que as mataria quando voltasse, não poderia deixar o meu lado dramático fora disso. Só espero que essa viagem seja realmente tranquila, que a gente consiga aproveitar e que eu não me arrependa depois.

Como já esperado Arthur madrugou. Maldita mania que esse garoto tem de acordar cedo. Fiz manha e não queria levantar, foi preciso Bela encher muito meu saco, abrir todas as cortinas do quarto e Rafael começar a me sacudir inteira pedindo pra brincar.

- Calma filho! Vai brincar com o papai enquanto mamãe toma banho vai. – eu falei me levantando.

- Papai falou que vai “pa paia” comigo! – Rafa falava se enrolando todo.

- Vai pra onde filho?

- “Pa paiaaaa!” – ele falou mais alto e se acabando de rir.

- Você me leva também?

- Levo, não sei se papai leva.

- Se ela andar logo eu levo. – Arthur falava entrando no quarto – Bom dia coisa linda!

- Bom dia lindo! – eis que rola um selinho e ao esperarmos um grito, vem um puxão.

- Anda mamãe, “quelo paiaaa”! – Rafa me puxava em direção do banheiro – Anda logo mãe!

- Já vou!

- Ei filhote, eu não ganho beijo não? Mamãe já deu o beijo de papai, falta você. – Arthur conversava e eu adentrava o banheiro. Férias inesperadas começavam agora.

Por Nana F