Rediscovering Love - Capitulo 37

Capitulo 37 – Chegada

POV ARTHUR

Meu filhote estava que era só alegria com essa ideia de praia. Coloquei-o pra ir acordar Lua enquanto o aguardava no quarto dele. Sei que a mãe de Lua estava em casa e não me agradava a ideia de muita intimidade com todo mundo em volta.

Logo que ouvi eles conversando, me dirigir até o quarto dela. Era muito engraçado o Rafa se enrolando todo pra conversar.

Ao pedir meu beijo tive uma surpresa e ao mesmo tempo em que fiquei satisfeito, quis matar o Chay.

- Ei filhote, eu não ganho beijo não? Mamãe já deu o beijo de papai, falta você. – eu conversava e ele ficou sério. Esse menino me assusta!

- Papai não “pote” beija mamãe.

- Papai não pode beijar por que você não quer? – eu perguntei dando corda pra ele falar.

- Poque ti Chay falou que mamãe não podia beija.

- Foi tio Chay então que mandou você não deixar? – eu não acreditava nisso. Aquele miserável me paga.

- No dia que Vitu tava no paquinho comigo e com mamãe e com ti Mel e ti Chay ele falo. – entendi a moral da história e não pude evitar de rir.

- Mas o papai pode filho, só o papai e você.

- Mas ti Chay num falo que você pode. – ele me olhava com cara de confuso.

- Certo, mas você gosta do papai? – ele assentiu com a cabeça – Então, se você gosta do papai, a mamãe gosta do papai, o tio Chay também gosta. Então não tem problema.

- Ti Chay dexa você beja mamãe?

- Deixa, e você agora vai deixar? – ele assentiu novamente – Então a gente faz assim, quando eu for beijar a mamãe agora você vai ficar comportado e sem gritar tudo bem?

- Mas se ti Chay biga cumigo a culpa é sua. – eu to falando que ele me assusta.

Acabamos o nosso papo de homem pra homem e assim que Lua ficou pronta descemos pra ela tomar café, a qual pegou apenas uma maçã, despediu da mãe e pegamos a estrada. Destino: Búzios, casa da Mel.

Praia paradisíaca, sossego, meu filho esperto e minha Lua linda. O que eu precisava mais?

- Até agora eu não acredito que vocês tramaram isso tudo nas minhas costas. – Lua falava assim que chegamos lá – Eu sou tão boba assim?

- É uma boba sim, uma boba linda, minha boba linda. – eu já falei a beijando.

Simplesmente era impossível ficar muito tempo perto dela sem poder toca-la, abraça-la, beija-la. É como se fosse uma droga para um dependente químico. O beijo foi demorado, gostoso, mas nada muito intenso, afinal, a qualquer momento surgiria nosso pequeno e já viu. Assim que separamos o beijo permanecemos abraçados.

- Nem acredito que a gente tá aqui, sozinhos, juntinho, sem ninguém pra atrapalhar. – Lua falava encostando a cabeça em meu ombro.

- Papai!

- Acho que nem tão sozinhos assim. – falei dando risada, um beijo na cabeça dela e me virando pra encarar o Rafa – Fala filho.

- Quer paia e Bela num quer dexar. – falava com um bico maior do mundo, isso era coisa da mãe.

- Filho, calma. Deixa a gente arrumar tudo e papai te leva pra praia tá bom? – Lua e sua calma do mundo todo.

- Mais eu quer agora! – começava a dar birra. Igualzinho à mãe, eu não evitei um sorriso, o que fez Lua me olhar torto.

- Rafael! Tudo tem seu tempo. Primeiro a gente vai arrumar tudo e depois seu pai te leva. E se você ficar fazendo escândalo não vai. – até pra dar bronca era com calma, não alterava a voz, apenas olhava pra ele, e ele a encarava com olho de cachorro que caiu da mudança.

- Você leva eu agora papai? – ele me pedia e por mim eu já tinha corrido com ele dali, mas o olhar de Lua me dava medo.

- Papai vai ajudar mamãe e a gente já vai, combinado? – falei tentando acalma-lo, em vão.

- Mais eu quer agora! – ele alterou a voz e Lua só respirava fundo, primeira vez que eu via uma birra do meu filho e não vou mentir que achei engraçado, mas eu sabia que tinha que deixar Lua terminar sem mudar o que ela já tinha imposto.

- Rafael, você quer pela primeira vez na vida, ficar de castigo? – ela perguntava séria e ele já mudava a expressão arregalando os olhinhos.

- Não!

- Então você espera, e seu pai te leva tudo bem? – Vai ter jeito com criança assim lá em casa.

- Tudo bem. – ele falou ficando mais calmo – Você vai comigo mamãe?

- Não sei. – Lua se levantou e entrou na casa encontrando com Bela, enquanto Rafa permaneceu sentado em um pequeno degrau que havia da porta para o jardim.

Entrei colocando as malas dentro da sala, eram coisas minhas, da Lua, da Bela e do Rafa – quase uma mudança, povo exagerado – e entre essas idas e vindas do carro até a sala eu percebi que Rafael não mudou de posição. Apenas sentado encarando o nada.

- Filhão, tá fazendo o que ai?

- Mamãe bigou comigo. – ele não chorava, mas a respiração já era mais rápida, como se ele tivesse se controlando – Ela tá bava comigo e não vai pa paia.

- Ei, ela não tá brava, e papai vai te levar.

- Eu quer a mamãe também. Ela ta tiste num tá papai?

- Quem disse que ela tá triste?

- Bela fala que se eu bigo com ela e desobe... Desobeço... Não, é deso...

- Desobedeço – eu falei.

- É! Desobeço ela ai ela fica tiste. Eu num quer mamãe tiste, num gosto.

- Ei, ela não está triste, e pra você ter certeza disso vai lá dentro e pede desculpa a ela. Ela fica boazinha e te enche de beijo. – falei e ele se animou logo se levantando e correndo pra dentro de casa.

Quando ele falou com Lua a reação não foi outra. Quem aguentaria aquele pequeno pedindo desculpas e não aceitar? É charmoso igual ao pai.

Bom, ajeitamos tudo. Convencemos a preguiçosa da Lua a ir com nós dois pra praia, e Bela ficaria pra ajeitar o almoço e algumas coisas na casa.

Pensem numa criança rolando na areia igual pinto no lixo? Era o Rafa. Parecia que nunca tinha ido a uma praia. Mas o mais engraçado mesmo era ele sujar Lua toda pra ela ter que ir à agua com ele. Minha família linda!

Voltamos pra casa, almoçamos, Rafa foi brincar sob os cuidados de Bela. Aproveitamos pra descansar um pouco, afinal a senhora bela adormecida estava com sono, mas não sem antes namorarmos um pouquinho. Pera ai bando de mente poluída. Foi namorar, beijinhos e abraços. Não que eu não tivesse maluco por ela, mas tudo tem hora.

À noite Rafael apagou cedo. Eu e Lua saímos pra comer alguma coisa fora, tínhamos que aproveitar essas coisas diferentes. Era sempre engraçado, parecíamos dois adolescentes de uns 4 anos atrás aqui nesse mesmo lugar.

A noite foi tranquila, chegamos em casa, nos amamos – agora sim – era tão bom tê-la em meus braços novamente. Dessa vez sem álcool na cabeça, peso na consciência no dia seguinte, sensação de despedida, apenas nos amando.

           

Por Nana F