Cap
13
- Mica, calma. Senta aqui e me conta o
que de fato aconteceu.
- Arthur, eu e a Sophia fomos nos
encontrar atrás dos estábulos, e depois de quase sermos pegos pelo Pedro e pela
Lua, resolvemos sair para cavalgar, nós estávamos indo para o lago do outro
lado da cidade, no meio do caminho a Sophia começou a reclamar da sela e
trocamos de cavalo. Depois de um tempo resolvemos correr um pouco, a Sophia ia
a minha frente e de repente ela caiu. Foi tudo muito rápido.
- Perai, você e a Sophia estavam
fazendo o que atrás dos estábulos? E o que o Pedro estava fazendo lá com a Lua?
- Bem, eu e a Sophia estamos juntos há
algum tempo. Estamos namorando escondido.
- Como assim?
- Arthur, pode parecer estranho, mas
nos amamos de verdade. Desde a época que você e o Chay foram estudar fora.
- Mas ela também foi!
- É eu sei, mas antes dela ir, nós nos
encontramos e então, começamos a nos envolver. Nesse tempo que ela esteve fora,
eu ia visitá-la, e a coisa ficou séria. Ficamos escondidos, pois sabíamos a
reação que as famílias teriam. Todos seriam contra. E Arthur, nem adianta você
falar nada, está decidido. A Sophia é a mulher da minha vida, se vocês forem
contra nós vamos embora daqui. Agora eu só quero que ela acorde. Preciso olhar
naqueles olhos azuis e confirmar que tudo ficará bem.
Arthur não disse nada, ficou pensando
como Micael havia sido discreto e corajoso. Muito mais que ele. Mas as coisas
acontecem como devem acontecer, se ele tivesse se declarado para Sophia no
passado, talvez várias pessoas tivesse ficado infelizes, inclusive ele por não
ser correspondido. Não iria recriminar Micael, não seria empecilho para a
felicidade do primo, não poderia garantir a mesma coisa quanto a reação de
Pedro. Lembrando-se de Pedro, sua mente associou imediatamente à Lua e a outra
informação dada por Micael. O que Pedro e Lua faziam nos estábulos durante a
festa estava curioso para saber, e nem sabia o porquê, isso não era do seu
feitio.
- Micael, o que o Pedro e a Lua
estavam fazendo lá nos estábulos?
- Bem, pelo que eu entendi, ele estava
mostrando os cavalos para ela, acho que estava mostrando a propriedade toda.
Chamou a Lua para cavalgar com ele, mas ela recusou, por não saber montar. E,
ele como babaca que é, ofereceu passear com ela na garupa. A Lua recusou de
novo, acho que Pedro ficou com o orgulho ferido. Confesso que é muito bom ver
aquele idiota tomando um fora, ele pensa que é um garanhão.
Neste instante entram na sala da
emergência um louco, um raivoso e duas pedras de gelo. Explicando, o Pedro
entrou completamente alucinado, Chay com uma cara de poucos amigos, vermelho de
raiva. Em compensação, Lua e Mel estavam sérias, notava-se que a doçura de mais
cedo na festa já havia sido substituída pela dureza da lei.
- MICAEL, SEU FILHO DA P. O QUE VOCÊ
FEZ COM A MINHA PRIMA, SE ACONTECER ALGUMA COISA COM ELA EU TE MATO. EU MATO
TODOS VOCÊS.
- O quê? – Micael respondeu assustado
antes de receber um soco no rosto, que nem viu de onde veio.
Chay partiu para cima de Pedro e
Arthur pulou na frente de Micael. A confusão estava armada. Mas, Lua não perdeu
tempo.
- SE CONTINUAREM ASSIM, TODOS OS
QUATRO SERÃO PRESOS POR DISTÚRBIO DA ORDEM. CHEGA DESSA ZONA.
- VOCÊ NÃO SE ATREVERIA LUA?
- NEM TENTE SR. CASSIANO!
Eles pararam cada qual em um canto.
Lua e Mel já haviam confirmado com Pedro que a sela do cavalo era nova, então
os pontos desgastados não se justificavam. Falta verificar com Micael quem
estava montando qual cavalo.
- Micael, por favor, poderia me dizer
qual o cavalo a Sophia montava quando caiu?
- O preto Lua. Eu estava no marrom.
Nós trocamos de cavalos no meio do caminho, pois a Sophia estava reclamando da
sela.
Bingo. A sela poida estava no cavalo
preto. Micael detalhou tudo para a Lua como tudo tinha acontecido. Ainda faltavam
peças nesse quebra-cabeça, e teria que esperar a Sophia acordar.
Lua e Mel conversavam com os médicos.
Micael não parava quieto, olhando tudo e a todos com o olhar perdido. Chay
encarava Pedro, que estava do outro lado da sala. Qualquer tentativa de
provocação ou agressão por parte dele, Chay pularia em cima com um cão de
guarda atento e treinado.
Alheio a tudo isso Arthur só sabia observar
Lua. A postura decidida, a serenidade, a forma como ela havia indiretamente
interrogado Micael, a delicadeza com que conversava com os médicos buscando
informações sobre Sophia. O que mais chamava a sua atenção era a forma leve com
que conversava com Mel, lembrava muito a conversa deles durante a festa. Então
ele decidiu, precisava se aproximar daquela mulher, algo o puxava para ela como
um imã.
Por Paula Gonçalves
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