quarta-feira, 23 de abril de 2014

Ferro e Gelo - Capitulo 26


Cap 26

Na fazenda dos Cassiano

Quando Pedro retornou da cidade, sua mãe foi logo o  interrogando sobre o que a Lua queria com ele. Pedro contou sobre os avanços das investigações Dona Clara ficou desconfiada.

- Era só isso?
- Não, a Lua perguntou sobre o Zé, quando ele volta. Ela quer falar com ele sobre o acidente da Sophia.
- O que o Zé tem haver com o acidente da Sophia?
- Pelo o que eu entendi, ela que conversar com ele, já que ele selou os cavalos. Nada demais.
Dona Clara assentiu concordando. Mas ela não confiava em ninguém. Ela não confiava na Lua. Por experiência própria, sabia que uma mulher inteligente pode dizer uma coisa e por trás ter muito mais.

Na delegacia

Mesmo o dia passando normal, Lua estava com muita coisa na cabeça. Os crimes a serem desvendados, a briga como Arthur, todas as insinuações da Mel. Ela precisava pensar. Ao sair da delegacia não foi pra casa com a Mel. Pensou em ir pra escola relaxar com as crianças, mas pelo horário já tinham saído. Lua só lembrava-se de um lugar para se refugiar – o lago. Há um tempo, em suas inúmeras voltas de carro conhecendo a região, Lua encontrou um pequeno lago escondido, próximo a uma cachoeira, cercado de uma grama verde e árvores que davam sombra e privacidade. Pensar deitada na grama, relaxar boiando no lago e esfriar a cabeça sob a cachoeira, lavando todos os problemas era uma ótima pedida, nesse dia tão intenso.

No lago

Lua chegou ao lago, parou o carro sob uma  sombra escondida, deitou na grama à beira do lago e começou a pensar em tudo o que havia acontecido durante o dia. Será que o Zé havia mesmo sabotado a sela do cavalo? Mas por que ele faria isso? A mando de quem? Como ela provaria isso? Teria que conseguir encontrar alguma coisa em uma das casas do Zé. Teria que fazê-lo entrar em contradição no interrogatório no dia seguinte. Será que Pedro estava envolvido nos crimes? Será que seu sexto sentido, de que os dois crimes tinham ligação, estava certo? Muitas perguntas e nenhuma resposta. E ainda tinha tido aquilo tudo que a Mel havia dito. Arthur teria balançado o seu coração há tanto fechado? Mas por quê? O que ele tem demais? Ele é inteligente, forte, lindo, interessante, gostoso, misterioso, uma voz, um olhar. Por que ele agiu daquele jeito, querendo protegê-la? Ela sempre foi uma mulher forte, que se virava sozinha.

 Lua se lembrando do Arthur, do encontro deles, da briga na delegacia foi sentindo um calor, uma raiva, precisava relaxar parar de pensar um pouco. Tirou a roupa ficando somente de peças íntimas, afinal estava sozinha e deu um mergulho no lago. Quando emergiu levou um susto... Ao abrir os olhos deu de cara com outro par lhe encarando. Um olhar penetrante, onde ela se perdeu. Estava perdida naqueles olhos castanhos. Mas as emoções não pararam no susto, quando sem falar nada, Arthur a puxou pela cintura, colocou os seus lábios nos dela. Ele a beijou. Um beijo intenso, como se precisasse daquilo para viver. Nos primeiros instantes, Lua não reagiu, mas não tinha como negar, o seu corpo a contradizia. Deixou-se levar. Ela sabia que no fundo também queria aquilo. Então, enlaçou o pescoço dele e se jogou na intensidade do beijo. Quando o ar acabou e para sobreviverem àquele momento só o beijo não era suficiente, se afastaram, sem deixar de se encararem em nenhum instante.

Por Paula Gonçalves

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