Discovering Love - Capitulo 25

Capitulo 25 – Sentimento novo

POV LUA

Sensação no mínimo estranha. Eu, Lua Blanco, passando à tarde com o Arthur Aguiar sem reclamar de nada, ficando presa com ele a noite dentro do laboratório de biologia durante uma tempestade e sem luz, e o pior: rolou beijo e eu gostei.

Acordar com a claridade no rosto, e me deparar abraçada com ele, foi bom, mas tive medo. Medo de me encantar com alguém, medo de me aproximar e me machucar, medo de... Deixa pra lá!

O mais complicado na verdade foi fazer as meninas entenderem o que aconteceu. Logo após despertar, vi que o Arthur já estava acordado, mas permanecia abraçado ao meu corpo da mesma forma que deitamos. Ele devia está todo dolorido, afinal estávamos no chão. Depois de me cumprimentar com um bom dia e um sorriso lindo, meu lado coração de pedra falou mais alto, mal respondi, e um olhar estranho dele surgiu.

Ele logo se levantou, verificou se havia algum movimento na escola, afinal precisávamos sair dali. Nada! A única coisa que confirmamos é que a luz havia voltado.

- Meu celular. É só carregar e ligar pra alguém, nem que seja pra portaria da escola. – eu dei a ideia e ele assentiu sem falar nada.

Depois de uma pequena carga no aparelho, ele tentou ligar para os meninos, sem sucesso. Pediu pra ligar pra Mel ou Sophia, e a segunda atendeu me falando que não poderia ir até lá, mas ligaria pra escola e tentaria resolver. Logo desligou, mas antes não pode deixar de zoar a minha cara e dizer que assim que chegasse em casa fizesse o favor de liga-la e contar tudo. Eu estava ferrada!

Avisei pra Arthur que ela tentaria resolver, ele me olhava com um olhar confuso, como se esperasse uma reação minha, como se esperasse espaço pra poder falar algo, mas eu não sou boa nesse lance de sentimentos. Quando pensei em abrir a boca e falar alguma coisa um dos inspetores abriu o laboratório, e a única coisa que vi foi Arthur pegando a sua mochila e saindo. Nem um tchau.

Após chegar em casa, tomei um banho quente, precisava daquilo como nunca. Terminei saindo enrolada na toalha, e o silencio convidativo da casa me guiou até minha cama. Apaguei! Não sei por quanto tempo, nem tinha noção de nada, mas despertei ao ouvir o toque irritante do meu celular se repetir incansavelmente. Seria Mel ou Sophia, as únicas pessoas que não desistiam de uma ligação mesmo sabendo que eu não atendia.

LIGAÇÃO ON

L: - Alô!

M: - Luinha trate de me contar tudo o que aconteceu!

L: - Bom dia pra você também Melanie!

M: - Melanie não! E bom dia? Você tem noção de quantas horas são Luinha? Já são quase cinco da tarde!

L: - Já? Nossa, apaguei... Perdi a noção de tempo.

M: - A noite deve ter sido boa hein? Hahahaha

L: - Para Melzinha! A noite foi tensa, dormi no chão, abraçada com o Arthur e com medo do escuro.

M: - ABRAÇADA COM O ARTHUR?

L: - Mel não precisa gritar!

M: - Ok amiga! Esperando a Soph passar aqui e estamos indo te fazer uma visita. Queremos saber de tudo.

L: - Tá certo, já que não vão me deixar em paz é mais fácil contar pras duas de uma só vez.

M: - Acho que ela chegou. Até daqui a pouco. Beijo!

L: - Beijo!

LIGAÇÃO OFF

E lá fui eu tomar coragem de levantar vestir uma roupa, pois ainda me encontrava enrolada na toalha, e depois desci pra comer alguma coisa. Nessa confusão toda nem me lembro de que horas foi minha ultima refeição.

Enquanto estava na cozinha comendo um projeto de sanduiche e tomando meu querido suco de uva, a campainha tocou e logo deduzir que eram as meninas. Já entraram me bombardeando de perguntas, as quais estavam me deixando maluca.

- PAREM! Vou contar tudo do começo, pode ser? – perguntei me irritando já.

Comecei desde o nosso almoço na cantina até a hora que acordei. Não deixei nada em segredo, nem mesmo o beijo. Após terminar aquela historia só conseguir visualizar uma Sophia de boca aberta, e uma Mel com cara de “não acredito que você fez isso”. Fiquei confusa, afinal eu não tinha culpa de nada.

- Eii! Por que tão me olhando assim? – perguntei muito confusa com aquela situação.

- Sério que você fez isso com ele? – Sophia me perguntava com cara de que estava olhando pra uma assassina de pobres animaizinhos abandonados.

- Mas eu não fiz...

- Lua, quantas vezes a gente tem que falar que não devemos brincar com o sentimento dos outros? – Mel completou me recriminando.

- Vocês não entenderam nada né?! – eu estava com ódio daquilo, poxa, minhas próprias amigas achando que eu estava brincando – Eu não fiz isso pra machucar ninguém. Eu não planejei ficar presa, não planejei que a luz se acabasse, não planejei que rolasse beijo, eu não esperava ficar afim dele.

- Afim de alguém Lua? Você tem certeza disso? – Sophia perguntava com um tom ainda irônico, em minha opinião.

- Amiga, a gente sabe por tudo que você já passou, a gente sabe que você está terminantemente fechada pra possíveis romances, é difícil acreditar que esse coração de pedra ai bate diferente por algum garoto, principalmente se tratando do Thur. – Mel continuou.

- Eu sei que é difícil de vocês acreditarem em mim, até eu mesma duvido disso, mas tem sido mais forte que eu. Pena que ele enxergue como vocês. – após falar senti meus olhos carregados de lagrimas, mas eu não iria chorar, não iria.

- Então vamos mudar um pouco de assunto Mel. Acho que o clima já pesou o suficiente. – Sophia falou e logo assentimos e nos dirigimos pra sala de TV.

Durante o final da tarde e a noite, perdi a conta de quantos episódios de Friends assistimos. Pra falar a verdade não prestei atenção em nada. Só conseguia me lembrar daquele beijo calmo, daqueles braços me envolvendo, e daqueles olhinhos brilhando quando eu burra não tive reação nenhuma. Burra, uma retardada! Era isso que eu era. O ruim é que eu sabia que estava gostando dele, e o pior, eu não sabia lidar com esse sentimento, e como se não bastasse eu ainda não sabia qual o sentimento dele em relação a isso.

As meninas resolveram dormir aqui comigo, e o domingo se passou como um dia qualquer. Difícil mesmo, foi aguardar a segunda feira chegar sem saber o que me aguardava.

Como era de se esperar, a reação de todos não foi das melhores. O clima estava super estranho. Eu e Arthur mal nos falávamos e os meninos mal olhavam na minha cara, posso até dizer que a atitude deles com as garotas era diferente pelo menos quando eu estava por perto, não tinha mais nada de risinhos e brincadeirinhas bobas. Convite para partidas de vídeo game, para tardes na sorveteria e no shopping surgiram, eu como sempre era a ultima do grupo a ser convidada, isso quando era. Como sempre eu recusava, sabia que não era bem vinda naquele grupo. E lá ia eu ficando sozinha, andando novamente em direção a minha caverna sombria. Aquela em que eu me refugiei há um tempo, e teimava em me perseguir novamente.

Por Nana F.