Capítulo 8
POV- Lua
Quando cheguei na casa do Arthur,
naquela segunda feira chuvosa, o menino pareceu estar mais cansado que o
normal. Mal começamos a discutir, uma médica entrou no quarto.
Ela estava lá para comentar a
respeito dos exames que ele fizera nele no final de semana.
“Oi Sr Aguiar, como está se
sentindo hoje?” Ela perguntou.
“Eu estaria melhor se pudesse
sair de casa, mas como não posso, não tenho como dizer que estou bem.” Explicou
Arthur
A médica fez uma careta, olhou
para mim e depois para o paciente.
“O sr deseja que ela saia, para
que eu possa conversar com você a respeito do resultado dos exames?” A médica
perguntou.
“Não a Lua deve ficar, e desejo
que você cumprimente-a quando entrar aqui. Ela não é uma serviçal.” Arthur
falou, deixando-me muito feliz.
Aquilo havia sido o mais próximo
de um elogio que ele dera a mim.
“Ok, perdão. Olá senhorita.” A
médica falou.
“Olá Dra.” Eu respondi, um tanto
encabulada.
“Pois bem, Sr Aguiar, eu examinei
seus exames, e conclui que talvez fosse melhor fazermos uma cirurgia.” A
médica, com cara de azeite estragado, falou.
O comunicado deixou-me
profundamente triste. Fiquei com uma pena horrível do Arthur. O rosto do menino
que eu acompanhava caiu ao chão de tanta tristeza.
POV- Arthur
“Você já falou com a minha mãe?”
Perguntou após um tempo.
“Sua mãe está muito ocupada, por
isso ela pediu que eu viesse falar diretamente com o senhor.” Respondeu a
médica.
Claro, ocupada... Minha mãe tinha
vergonha da situação em que eu me encontrava, jamias desejara-me, verdade seja
dita, ela apenas comprava coisas, jamais lembrando-se de mim.
Quando a médica saiu, Lua falou:
“Arthur você está bem? Quero
dizer, bem em relação à noticia?”
“Lua, você é mais burra que eu
pensava. É obvio que eu não estou bem! Eu vou fazer uma cirurgia! Eu piorei! Eu
posso morrer! Obviamente, isso tudo é ruim para você, afinal, você parará de
receber dinheiro para acompanhar.” Falei irritadíssimo.
“Arthur, eu me preocupo de
verdade com você. Não quero que você morra. Eu gosto de você, como um amigo.”
Ela falou, segurando uma lágrima na ponta do olho.
Para isso respondi:
“Para de ser falsa. Essa lágrima
é a coisa mais ridícula que eu já vi. Você é apenas uma menina interesseira,
vulgar, ridícula e pobretona. É incapaz de gostar de mim, se gosta de algo é do
meu dinheiro. Eu tenho NOJO de você.”
Lua olhou-me incrédula. Depois
disso ela virou-se para mim e falou.
Capítulo 9
POV- Lua
“Arthur, eu me preocupo de
verdade com você. Não quero que você morra. Eu gosto de você, como um amigo.”
Falei, segurando uma lágrima no canto do meu olho.
Arthur olhou-me com desdém e
falou:
“Para de ser falsa. Essa lágrima
é a coisa mais ridícula que eu já vi. Você é apenas uma menina interesseira,
vulgar, ridícula e pobretona. É incapaz de gostar de mim, se gosta de algo é do
meu dinheiro. Eu tenho NOJO de você.”
Fiquei profundamente magoada.
Como ele se atrevera a falar tudo aquilo. Eu sabia que nós brigávamos muito,
mas achava que ele não me via de tal forma. Além disso, as acusações dele eram
cruéis, mesquinhas.
“Arthur, eu não menti sobre nada
disso. Ah e só para seu conhecimento, o Rodrigo beija muito melhor que você.”
Falei, e, sem aguentar mais tudo aquilo, sai do quarto.
Fui para cozinha onde pedi um copo
de água para a empregada, que tornara-se minha amiga.
POV- Arthur
Eu acusara Lua de tudo aquilo
porque estava com raiva da minha vida, que obrigava-me a ficar numa condição
tão ruim, e porque eu não queria que Lua me visse no estado que eu ficaria após
a cirurgia.
Era de meu conhecimento que eu
ficaria muito enjoado, com dores, a aparência fragilizada, enjoado por conta
dos remédios anti-inflamatórios e muitas outras coias desagradáveis ocorreriam.
Lua saiu do quarto revoltada,
após ferver meu sangue ao falar que o Rodrigo beijava melhor que eu.
Ao retornar, ela olhou-me séria e
falou:
“Não aguento mais. Não tenho
estudado para o vestibular para poder vim aqui, acompanhá-lo, tento ser legal,
mas apenas recebo desaforo. Para mim chega, parabéns Arthur, você conseguiu,
estou indo embora.”
POV- Lua
Quando retornei para o enorme
quarto, que parecia um centro hospitalar, vir-me-ei para o Arthur, após pegar
minha bolsa e meus livros, e falei:
“Não aguento mais. Não tenho
estudado para o vestibular para poder vim aqui, acompanhá-lo, tento ser legal,
mas apenas recebo desaforo. Para mim chega, parabéns Arthur, você conseguiu,
estou indo embora.”
Depois disso, sai do quarto sem
ele falar nada. Quando estava na porta, a mãe do Arthur estava entrando de
carro. Ela ao me ver, parou o carro e foi, com as mãos na cintura, ricamente
maquiada, ao meu encontro....
Capítulo 10
POV- Arthur
Quando Lua saiu do meu quarto,
pela primeira vez na vida, chorei por uma menina. Eu não aceitaria jamais que
ela me visse realmente mal de saúde.
Chorei porque sabia que minha vida nunca mais voltaria ao normal.
Jurei a mim mesmo que não me
apegaria a mais ninguém, que não permitiria que sentissem pena de mim.
Logo depois de eu secar minhas
lágrimas, minha mãe entrou enfurecida no meu quarto.
POV- Lua
A Sra Aguiar, ao me ver no
portão, caminho até onde eu estava e veio me questionar.
“Lua, ainda não está na hora de
você ir embora, o que está fazendo aqui na rua?”
“Eu pedi demissão Sra Aguiar.
Desculpa, mas não tenho como ficar mais.”
“Lua, eu realmente não esperava
isso de você. Devo dizer que você foi a minha maior decepção. Achava que havia
mais força em você.” Ela disse, depois disso colocou seus óculos BVULGARI e
andou até a entrada da mansão.
Fui para casa. Entrei no meu
quarto, desliguei o celular, liguei o som no máximo e deitei-me na minha cama.
Eu era muito besta. Estava
realmente começando acreditar que o Arthur gostava de mim, que ele tinha algo
de “humano” nele, mas a verdade era que ele me via como um verme, eu era apenas
a empregada, a acompanhante.
Infelizmente, por mais que ele
não ligava para mim, eu me importava com ele. Ficara verdadeiramente triste com
a noticia do médico, fiquei com pena, com um medo que eu não teria como ver
aquele arrogante novamente.
Os dias foram se passando, e
minha curiosidade para saber o que ocorria dentro daquela casa misteriosa
crescia cada vez mais. Felizmente, meu cursinho de vestibular estava para
começar, e eu provavelmente ocuparia tanto minha cabeça que sequer lembraria da
existência do Arthur.
Quando o outono chegou, eu estava
andando perto da casa do Arthur quando ouvi um barulho de sirene. Corri
desesperada, sentindo uma aflição cada vez maior. Quando cheguei em frente à
casa, vi uma ambulância parada, pessoas olhando, um silêncio aterrorizante e a
Sra Aguiar com uma aparência muito abatida.
Será que o Arthur havia falecido?
Capítulo 11
POV- Lua
Quando avistei a empregada do
Arthur, cuja mesma se tornara minha amiga, perguntei o que estava acontecendo.
“Ah Lua, o menino está tão
mal.... Não come, não fala,não tomava os remédios e hoje não acordava. Os pais
dele chamaram a ambulância. Vão interná-lo.”
Ao ouvir isso comecei a chorar.
Sem opção, fui para casa, mas no dia seguinte retornei para saber noticias.
Comecei a sair do cursinho e
sempre passar na casa do Aguiar para saber notícia, até que um dia fui
surpreendida.
“Lua, o Arthur tem chamado pelo
seu nome várias vezes ao dia.” Contou-me a empregada dele, Rose.
POV- Arthur
Meus pais me internaram. Aquela
foi a pior coisa possível. Como eles não conseguiam arranjar uma acompanhante
para mim, decidiram que iriam me aprisionar num local.
No hospital, me dopavam, o que
era muito chato, pois eu passava o dia dormindo ou com muito sono. Houve vezes
que eu tive alucinações.
Uma delas foi que a Lua ia me
visitar no hospital, fazia carinho no meu rosto e quando se aproximava de mim,
para beijar-me, ela desaparecia.
Minha mãe, as vezes, mandava
nossa empregada Rose levar alguns quitutes. Apesar de eu ser grosseiro com ela,
eu tinha que confessar que os doces dela eram os melhores.
“A Lua me perguntou sobre você.”
Ela disse um dia.
“Ela deve estar aguardando
ansiosa meu funeral.” Eu respondi, mesmo sabendo que aquilo não era verdade.
“Arthur.... Ela se preocupa de
verdade com você.” Respondeu-me a velha.
Os dias foram se passando, e eu
cada dia sonhava mais com a Lua. No dia da minha cirurgia, recebi uma visita
que eu não esperava, mas que foi capaz de tirar lágrimas do meu olho.
NOTA DA AUTORA:
Eu não sei se vocês estão
gostando, mas queria saber muito se vocês acham que eu devo continuar a web ou
não, pois estou muito na duvida se vale a pena....
Beijos,
@CronicaDaAmanda
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