quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

2014 - Capitulo Único


2014

2013 foi um ano conturbado. Reviravoltas, desafios, decepções, descobertas, conquistas.
Cada um seguiu um caminho. Sem se cruzarem. Evitando qualquer contato, mesmo que tudo os puxassem de encontro um para o outro, eles não se viam. Quem torcia para encontros, esbarrões e até bafos se frustrava. Com o passar do tempo nos acostumamos, aceitamos. Agora era só torcer pela felicidade de cada um.
Final do ano tudo era mais leve, tempos de paz. Eles estavam bem.
Chegando o Natal, festa família. Árvore, presente, velas, enfeites, comida, todo mundo junto. Esse clima combinava perfeitamente com o que cada um sentia – paz e amor. Paz para seguir em frente. Amor por si mesmo, para abrir o coração de novo e tentar ser feliz.

Na casa dos Blanco

Os irmãos arrumando tudo: mesas, decoração, presentes. Esse ano nos Blanco seria especial, já que Natal com criança em casa é sempre mais colorido.
Quando Lua ia colocando os presentes que trouxe embaixo da árvore, teve uma surpresa e que foi testemuhada para irmã Marisol.
- Luinha, sobrou esse pacote aqui, para quem é?
Lua ficou em pânico, aquele era um presente que havia comprado para Arthur há muito tempo e nunca entregou. Deve ter misturado com os presentes do Natal. Aquele presente trouxe lembranças à Lua. Era um vidro do perfume predileto dele. Até hoje ele não dizia o nome nas entrevistas, só porque ela havia pedido, brincando, na primeira twitcam deles.
- Não é de ninguém Mari. Dá aqui vou guardar lá em cima.
- Lua Maria Blanco, se explica.
- Ah, Mari deixa pra lá. Vamos aproveitar a festa ok?
- Tá bom. Mas aí tem coisa!
A festa nos Blanco corria bem. Todos felizes. Às vezes o olhar da Lua se perdia as lembranças, o cheiro daquele perfume sempre reavivava memórias mais que felizes. Essas memórias faziam Lua sorrir sozinha, mas lembrar que eram só memórias, em seguida vinham as lágrimas. Marisol percebeu o comportamento da irmã. Ela queria saber o que estava acontecendo.
- Luinha, por que você está triste?
- Não tô não mana. É esse clima de Natal que me deixa mais sensível.
- Luinha, te conheço. Me fala o que está te perturbando.
- Não é nada de mais, só saudade.
- De que, ou melhor, de quem?
- Ah, Mari...
- Não precisa falar, pelo seu sorriso eu já sei... Arthur.
- Tá tão na cara assim?
- Lua, por mais que tenha tentado, você ainda ama muito ele.
- Não vou mentir. Amo sim. Mas o tempo passou.
- Luinha, aproveita e pede para Papai Noel um presente de Natal, afinal você foi uma boa menina.
- Que presente doida?
- Uma nova chance.
Lua entrou no espirito de Natal, realmente pediu ao Papai Noel uma nova chance de ser feliz, como um dia já havia sido com ele: Arthur.

Na casa do Arthur.

Eles nunca foram de comemorar o Natal direito. Arthur aprendeu com a Lua como a festa era divertida, isso dois anos atrás. Desde então, nessa época, as lembranças rondavam a sua cabeça. O cheiro de Natal lembrava a ele toda a emoção que Lua e sua família havia lhe apresentado. Fazendo um Natal família tudo corria bem, até ele receber uma mensagem muita estranha no celular.

“Que esse ano você tenha sido um bom menino, assim o Papai Noel possa deixar no seu sapatinho o caminho da sua felicidade. Beijos Feliz Natal! Seja Feliz. Sua Ex-cunhada, Marisol.”

Arthur ficou encarando aquela mensagem sem entender nada. Kátia viu que o olhar do filho mudou. Brilhou mais.
- Arthur, o que aconteceu? Alguma noticia ruim?
- Não mãe, pelo menos eu acho que não. Recebi uma mensagem sem sentido da Marisol.
- Que Marisol?
- Ih, mãe já esqueceu? A Marisol irmã da Lua. Qual é maninho, deu saudade na ex-cunhadinha? Por que vira e mexe eu tenho saudades da minha. Fala sério, Thur, a Lua foi a melhor namorada que você já teve.
- Papo estranho Lucas. Por que falar da Lua agora? Deixa essa história quieta. A Marisol me desejou Feliz Natal, só isso.
- Mas ficou estranho, filho?
- Tá tranquilo mãe. Deixa isso pra lá. Vamos curtir o Natal.
Ninguém mais tocou no assunto. Arthur só estava na dúvida se respondia ou não a mensagem da Marisol. Depois de todo mundo ir dormir, tarde da madrugada, ele decidiu responder. Sempre achou a Marisol legal.

“FELIZ NATAL PRA VOCÊ E PRA TODOS DA SUA FAMÍLIA. QUE SEUS DESEJOS SE REALIZEM.”

Ao mandar a mensagem inocente Arthur não esperava a resposta seguinte.

“TUDO DE BOM PRA VOCÊ TAMÉM. FELIZ NATAL. LUA.”

Arthur ficou surpreso, não sabia se ria ou se sentia sendo feito de bobo. Ele não quis acreditar na mensagem, poderia ser uma brincadeira da Marisol. Afinal ele e a Lua estavam sem se falar desde o fim da novela há quase dois anos atrás. Se evitaram nesse tempo todo. A fila andou para ambos, mas no fundo ele sabia que Lua era um pedaço que gritava saudade o tempo todo dentro da cabeça  e do coração também. O espaço que era dela ninguém ocupou.
Sem sombra de dúvidas aquele Natal estava estranho.

Na casa dos Blanco

Depois da ceia, da troca de presentes, Lua estava andando feito uma louca no quarto bufando, vermelha e lágrimas enchendo os olhos. Era observada pela irmã que sentada na cama segurava uma gargalhada.
- Mari, você enlouqueceu? Por que mandou mensagem para o Arthur? E aquele idiota respondeu!!!
- É Luinha e eu ainda mandei outra...
- Marisol Blanco o que você está aprontando?
Marisol nem respondeu, só mostrou o celular para Lua. Essa surtou.
- Marisol, como você pode fazer isso? O que ele vai pensar? Que eu estou tentando algum contato depois de tanto tempo? Que eu estou dando mole pra ele?
- Lua, deixa de ser louca. Eu só dei um empurrãozinho. Você tentou, mas o Arthur ainda te balança. Já que vocês dois estão solteiros, só aproveitei o clima do Natal, onde todos estão mais emotivos, assim quem sabe, vocês pelo menos voltam a se falar. Por que esse clima de ficar se evitando afeta todo mundo. Lua, temos amigos em comum, frequentamos os mesmos lugares. Toda vez que vamos há algum lugar mais movimentado ou que esteja ocorrendo um evento, ficar agendando horário que você vai chegar, acertando entre as assessorias é ridículo. Vou ser sincera com você maninha, o cúmulo foi o lançamento do livro da Mel. Era a história de todos vocês. Ficar esperando o Arthur sair de lá, dentro do carro, foi péssimo. Eu já havia te falado isso.
- Ah, Mari, você sabe que foi difícil o meu fim com o Arthur. Ainda é complicado.
- Lua, só estou te falando tudo isso como toque de realidade.
Marisol saiu do quarto e deixou a cabeça da Lua brigando, com o passado, com o presente e com o futuro.
Passada quase uma semana, tanto Arthur quanto Lua estavam fazendo planos para o Reveillon. Mas aquelas mensagens no Natal, ainda martelavam na cabeça deles.
Planos para o Ano Novo, passar a virada entre amigos e em 2014 tentar ser feliz.
Os irmãos e amigos da Lua já haviam marcado de virar o ano na festa do PARIS 6. Afinal era um lugar legal e todo mundo gostava  de lá. A Lua estava empolgada, pois seus planos profissionais de 2014 eram muito bons: novela, cd, música, programa independente, teatro. 2014 seria um ano bem cheio. Então Lua tinha muito o que comemorar e no fundo 2013 não tinha sido tão ruim assim.

Quanto ao Arthur, ele e os amigos ainda não haviam resolvido onde passar a virada de ano. Mas uma coisa Arthur sabia, não queria passar na praia. Desde o Natal ele  evitava alguns lugares, que lhe lembravam momentos com a Lua: praia, piscina. A cada dia as saudades da sua pequena aumentavam, ele tentava entender o que deu errado. Só vinha a sua cabeça que os dois erraram e o mundo não ajudou muito. Ele queria tentar de novo, mas tinha medo da reação da Lua. Será que ele havia sido um bom menino e merecia o caminho da sua felicidade? Ele, agora, tinha certeza, a Lua era o seu caminho para a felicidade.
Dia 31, depois de muito rodarem Arthur e os amigos acabaram no PARIS 6 para a festa de Reveillon. O que eles não podiam imaginar que aquela noite teria mais que brindes e fogos.

Festa rolando e de repente Lua para estática no meio da pista. Ela dá de cara com Arthur, de blusa branca com alguns botões abertos, calça branca. Ela só pensava: Como ele estava lindo!

Arthur por mais que disfarçar-se, já havia visto Lua. Linda, em um vestido branco de renda, na altura da coxa, com o cabelo em um coque frouxo. Ele não tinha tido a oportunidade de dizer o quanto ela havia ficado maravilhosa morena.
Eles não se falaram, mas os olhares se cruzaram o tempo todo. Os grupos que os acompanhavam acabaram interagindo, já que tinham amigos em comum. Marisol, de novo vem dar seus empurrãozinhos.
- Lu, deixa de ser boba e vai falar com ele. Vocês não param de ser olhar.
- Mari, eu nem saberia o que dizer.
- Oi. Feliz Ano Novo. Você está um gato. Já é um começo.
- Engraçadinha.
- Estou falando sério, Lua. O Arthur está um gato mesmo, que o Gabriel não me escute.
- Boba...
- Lu, maninha. Deixa o orgulho de lado e corre atrás de ser feliz. E olha que o primeiro passo está aqui pertinho.
Lua não respondia nada. Ficava olhando para o canto onde o Arthur estava e um sorriso escapava pelo rosto. Por que não arriscar se reaproximar, afinal ela sentia saudades da voz dele, da amizade?

Marisol foi tentar empurrar pelo outro lado.
- Arthur, quanto tempo?
- Oi Mari, quanto tempo mesmo! Obrigado pela mensagem de Natal.
- É? E adiantou alguma coisa? Papai Noel deixou o caminho da felicidade no seu sapatinho?
- Engraçadinha você né, Marisol.
- Tô começando achar que eu sou engraçadinha, mesmo. Você é a segunda pessoa que me chama assim só hoje.
- Quem te chamou de engraçadinha?
- A Lua.
- É a Lua tá aqui, né?
- Tá sim, e você sabe. Não vem se fazer de tolinho. Vocês não param de se olhar.
- Ah, Mari, ela tá linda. Vou fazer o quê. Não posso negar!
- E você vai tomar coragem de falar com ela quando? Ano novo, hora de recomeçar. O cunhadinho aproveita o clima, a sua felicidade está logo ali, ou pelo menos o  caminho até ela está pertinho.
Marisol deu um beijo na bochecha de Arthur e saiu, mas ao olhar pra trás viu que ele “secava” a Lua com os olhos. Se tudo desse certo, aqueles dois iriam começar o ano com o pé direito.

Meia-noite. Adeus ano velho. Feliz ano novo. Música alta e alegre. Champanhe. Brindes. Cumprimentos. Alegria. Entre beijos de amigos, beijos apaixonados e beijos roubados eu encontro num canto do restaurante acontecia por mera ação do acaso.
- Oi, Lua. Feliz Ano Novo!
- Oi, Arthur. Feliz Ano Novo para você também.
Eles se olhavam, o silêncio era constrangedor. Por mais que estivessem cercados, a sensação era que estavam numa bolha, era como se estivessem sozinhos. Somente com o ruído baixo dos fogos ao fundo.
Arthur foi se aproximando da Lua, arriscou um carinho no rosto dela.
- Lu, estou morrendo de saudades de você.
- Eu também Thur, saudades de nós dois.
Eles não falaram mais nada, os olhares diziam tudo. Aproveitar o momento, matar a saudades e o desejo que os cercava. E recomeçar, sim muita coisa precisaria ser discutida, passada a limpo. Mas tudo tem a sua hora.
Eles se entregaram um ao outro, num beijo quase interminável, um beijo que compensaria quase dois anos de afastamento e de amor guardado.

2014 seria o ano para recomeçar. 2014 o ano do 7, o ano da perfeição. E nada mais perfeito que recomeçar uma história de amor, que sempre foi perfeita, mesmo com altos e baixos, pois o amor perfeito supera os obstáculos da vida.


Por Paula Gonçalves

12 comentários:

  1. Paulinha emocionando e apegando mais e mais, nem tenho mais elogios pra poder dizer a você rs' xxCamila

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    1. Obrigada... que bom que gosta...
      Apego... imagina ...kkkk

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  2. Ahhhh
    Ótimo jeito de começar o ano, não?!!!
    Feliz Ano Novo, galera!

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    1. Começar o ano novo com amor é sempre muito bom.
      FELIZ ANO NOVO

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  3. Amei! Feliz ano novo !
    Anita!

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  4. Nossa perfeitoo, e tbm 2014 tá só começando, ele ainda pd nos surpreender :)

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  5. queria que fosse vdd mas ele passou o ano novo na praia bua \(n sei se é vdd quem me contou foi minha amiga\)

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